quarta-feira, 17 de agosto de 2011

"O assédio" de Arturo Pérez-Reverte


Assim que se vê este livro, a tendência é para fugir, assim que se sente o peso das suas seiscentas e muitas páginas. Lendo a sinopse, o convite à leitura surge de imediato, todavia… é muito papel para ler.
Esta barreira foi facilmente transposta devido aos outros livros deste autor (que abordam muita vezes determinados períodos da história espanhola ou então, acontecendo na actualidade, nos remetem irremediavelmente para outros tempos de aventura e descobertas) que foram sempre sinónimo de qualidade, aprendizagem e muita diversão.
O livro tem bastantes personagens, bastantes histórias paralelas e muitas delas acabam por se cruzar numa Cádis do século XIX cercada pelo exército francês. E apesar do cerco à cidade, apesar das balas de canhão que caem bastantes vezes, a vida adaptou-se.
“Tudo está na ordem natural e mesmo a desordem é tão comum como o seu oposto.”
O comércio continua a ter produtos para venda, as tascas estão cheias de marinheiros e soldados. Assim como as vielas mais escuras. Os barcos chegam e partem constantemente. Bailes, festas, bombas, crimes acontecem. E nesta profusão de vida e de gentes, alguns ganham destaque. O comissário Tizón, o taxidermista Gregorio Fumagal, a comerciante Lolita Palma ou então o corsário Pepe Lobo. Todos eles têm um passado desconhecido e um futuro que vamos imaginando a cada página.

Sem comentários:

Enviar um comentário