sexta-feira, 2 de setembro de 2011

"Guerra" de Sebastian Junger

Acredito que o título do livro não consiga atrair um público diversificado. No entanto encontrará um público específico que não deixará de reparar nele numa qualquer estante na livraria, escondido entre outros títulos pomposos e o trate com a deferência e avidez de o ler.
O livro fala de guerra? Sem dúvida alguma. Armas. Feridos. Mortos. Máquinas. Estratégias. Geografia. Contudo, o tema central do livro é o homem.
Falamos de homens que travam a guerra no terreno, no contacto directo com um adversário e que ouvem o som da morte inúmeras vezes ao dia. “A munição passará com um barulho característico; é o som de um pequeno objecto a passar a barreira do som perto da cabeça.” O homem que demasiadas vezes vê um amigo estendido no terreno, ora coberto de sangue, ora com as tripas de fora. Homens que carregam amigos cuja vida se esvai a cada passo ou cujos amigos já não respondem a qualquer estímulo. A guerra é isto, porém existe um lado menos visível que o autor tenta nos mostrar.
O livro coloca-nos diante de situações reais, enquadra-nos perante uma realidade que parece tão distante e que no entanto é vital para as vidas de milhares que não combatem.
“Dormimos tranquilamente nas nossas camas porque existem homens duros durante a noite sempre prontos a responder violentamente a quem nos quer fazer mal.” – Winston Churchill (ou George Orwell)

Sem comentários:

Enviar um comentário